24 de fevereiro de 2010

Seminário/Acampamento Juventude, Violência e Trabalho

Em meados maio de 2008, as pastoarias da juventude (PJ, PJE, PJMP e PJR) reunidas em sua 15ª Assembleia Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil perceberam o aumento assutador e ameaçador da violência para com os/as jovens em nosso País e iluminados com o anseio pela defesa da vida deles/as optou como bandeira de luta comum para os próximos anos, uma campanha que pautasse e discussão deste extermínio que de acordo com a UNICEF matará mais de 33,5 mil adolescentes e jovens até 2013 no Brasil. Assim nascia a Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovnes, que começou a tomar mais cor e sentido em junho quando o Assessor Nacional do Setor Juventude da CNNB, Pe. Gisley Gomes Azevedo (que acompanhava a construção da Campanha), foi brutalmente assassinado com três tiros na cabeça na cidade satélite de Brazilândia, DF. Daí em diante a discussão da Campanha foi somando vozes que cansavam de assistir a morte de tantos/as adolescentes e jovens por todos os cantos da Nação.

No Regional Sul 3 (estado do Rio Grande do Sul), as PJ's do RS após um momento de crise e morte da estrutura que chamávamos "Espaço Comum" entenderam que a única bandeira que até o ano passado poderia mantê-las unidas seria a construção da Campanha no RS e desde então foi montada uma Equipe a fim de dinamizar a realiazação da Campanha CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍIO DE JOVENS.

Esta equipe é composta por jovens representates das três PJ's (PJ, PJE, PJR) existentes no Estado que passou a debatê-la em meados de 2009 e após um Seminário na CAJU Marista, em Porto Alegre, optou demarcar o eixo TRABALHO como foco das ações da Campanha no Estado. Olhando a questão do trabalho que oprime e não dignifica o/a jovem, o desemprego estrutural e o subemprego que ajudam a direcionar e setenciar a vida da juventu gaúcha, a Campanha toma as cores da denúncia do trabalho opressor e lança luzes a novas forma de relacionamento do/a jovem com o mundo profissional desde a sua qualificação até sua colocação nos quadros de funcionários.

A fim de que a Campanha fosse vievenciada e assumida por todas as instâncias que as PJ's se organizam no Estado, ocorreu de 13 a 15 de fevereiro no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, Santa Maria, o Seminário/Acampamento Juventude, Violência e Trabalho. Antencendo a 33ª Romaria da Terra (16/02), também em Santa Maria, foi possível reunir mais de 100 jovens dos mais diversos cantos do Estado para estudar a Campanha, seu foco no Estado e quais ações serão promovidas a âmbito estadual e local.

Durante a tarde de sábado, após a abertura do Seminário, a assessoria ficou a cargo do Pe. Edson Thomassin (Trilha Cidadã) a fim de que os presentes pudessem refletir sobre a Campanha. Com Maurício Perondi (Assessor Nacional da PJE) foi possível analisar o que já existe de sonhos populares para uma dinâmica de trabalho mais digna e solidária, e também pautar quais demandas ainda devem ser inseridas como reinvindicações de luta. A primeira noite, como todas as outras, terminou com uma grande confraternização e muita música.

Durante toda a manhã de domingo, a assessoria ficou a cargo de Ignácio do CEBI-RS, que por meio de técnica do Bibliodrama nos ajudou a estudar as vivências do bíblicas até o Êxodo. A tarde, tivemos a apresentação de outras atividades sociais da Igreja: Pastoral Operária, Pastorais Sociais, Cáritas, PJR. Em seguida, o grupo foi divido, po interesse, com o objetivo de participar da oficinas de: Customização de Camisetas (Paula - PJdeCaxias), Teatro (Pe. Edson e Sabrina - Rali de Comunicação), Produção Audiovisual (Timóteo e Samuca - Rali de Comunicação) e Vivências Celebrativas (Rafael - PJdeCanoas). Todas as oficinas tinham o caráter reflexivo sobre a Campanha a fim de lançar pistas para como ela pode estar presente em camisetas, bandeiras, dinâmicas, celebrações, etc. A noite foi finalizada com uma celebração eucarística presidida pelo Pe. Edson Thomassim, que em sua homilia, ressaltou com muita emoção a força que deve brotar de nós para com Igreja que acreditamos, somos e queremos ser, ele ainda ressaltou a opção vital que devemos fazer para que a Campanha realmente aconteça nas dioceses. A celebração encerrou com a pintura de uma bandeira com as mãos de todos os presentes.
A manhã de segunda-feira foi aberta com uma mística provocante e provocadora ao denunciar os nomes de cerca de 360 adolescentes assassinados ano passado em São Paulo. Foi possível partilhar e refletir sonhos de mudança com a Campanha. Em seguida, a equipe de coordenação apresentou o histórico da Campanha com o auxílio de Tábata Silveira, articuladora nacional da PJE, e propôs o desafio para que as dioceses pudessem pensar em conjunto como e quais atividades ocorrerão localmente. A nível estadual ocorrerá: abertura ofocial na Assembelia Legislativa (14 de abril), Semana da Cidadania, Semana do Estudante, Marcha Estadual contra a Violência na data do Grito dos/as Excluídos. De encaminhamentos locais ficaram a criação de Comitês Locais da Campanha para que ela possa ser realizada com êxito em todas as regiões, a vontade que o tema seja pautado sempre em todas as atividades possíveis das Dioceses, a criação de parcerias com demais organizações civis também foi outro ponto levantado. Pela tarde, tivemos a visita do Pe. Rudimar, CPT, para organizar as caravanas de acolhida dos/as romeiros/as bem como a disposição geográfica de cada equipe de acolhida. Além disso, o grande grupo também foi divido para que pudessemos limpar os alojamentos e a resposta de um questionário da Pastoral Juvenil Latino-Americana entegue por Paula Grassi. Após a janta, foi promovido uma apresentação carnavalesca por blocos divididos pelo tamanho dos pés dos presentes, a banca de jurados acabou por dar a mesma nota para as quatro escolas: 9
 
Todo o dia de terça-feira estivemos em volta da 33ª Romaria da Terra que pautou a discussão da vida e existência das comunidades quilombolas. Participamos da caminhada, da celebração e de um momento artístico. Ao término da Romaria, foi anunciada que a Diocese de Bagé será a sede da 34ª Romaria da Terra.
Diante de tantas informações e atividades, o que sobra nos corações é uma dor imensa que engasga os nossos gritos ao saber a quantidade de irmãos e irmãs jovens que têm suas vidas ceifadas por uma sistema econômico-social-político que criminaliza os/as jovens e naturaliza as suas mortes, mas continuando a crer em Jesus Cristo revolucionário e parceiro dos pobres, ousamos gritar:
CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS!!

Maiores informações sobre a Campanha você pode obter no site:
http://www.juventuedeemmarcha.org/
Aqui no Estado, existe um bolg que você também pode acompanhar: http://www.juventudecontraviolencia.blogspot.com/



Na luta esperançosa,
Rafael Barros
Articulador da PJ na Área Niterói/Rio Branco - Vicariato de Canoas

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